SINCRONICIDADE, questão de escolha

Tenho um caderno que fica sempre à mão. Nele, passando por compromissos agendados, cabem desde movimentações bancárias e notas fiscais a emitir até registros emocionais, frases soltas que me inspiram, preparações de aulas e compilações sucintas de experiências vividas. Todas impressões, fragmentos de mim mesma.
Bem mais que experiência alucinógena, revisitar estas anotações — algumas cifradas — é verdadeira oxigenação. Os planos sagrado e profano se interpenetram de forma curiosa, irreverente… Lançando-se em nuances variadas alcançam do drama à comédia. Provocam risos e lágrimas, assombros e contentamentos, tormentas e calmarias.
A densidade é tamanha que vez ou outra promovo um limpa geral. Em um completo despudor desnudo páginas e páginas, como se me libertasse de roupas apertadas que travam meu circular.
A faxina de hoje partiu de Pedro Abrunhosa:
“De que serve ter o mapa se o fim está traçado / De que serve a terra à vista se o barco está parado / De que serve a chave se a porta está aberta / De que servem as palavras se a casa está deserta”
E resultou neste íntimo diálogo, compartilho banhada de gratidão:
São tantos os amigos, incluindo os que carrego dentro de mim mesma. Quanta infantilidade vê-los como inimigos… Se são duros, causam dor, roubam o ar, paralisam o movimento… é preciso!
Todos funcionamos como alavancas no processo de desenvolvimento uns dos outros, quer tenhamos consciência ou não. Perceber e atuar nas causas requer distanciamento, desapego das consequências.
Assim como os planos sagrado e profano, os mundos não manifestado e manifestado se interpenetram… Então, essa cadeia que nos une e envolve no tecido pulsante da evolução rompe as barreiras do espaço-tempo e respinga na gente em forma de sincronicidades. Lê-las é questão de escolha!
Somente nos libertamos da cadeia quando a enxergamos e equacionamos as forças evolucionárias… Aí sim, somos catapultados para o encontro de nós mesmos.
O som insonoro retumba em magnífico estrondo, prenhe de harmonia. Como os temporais… À semelhança das energias manipuladas no interior das pirâmides… Trazemos tudo e todos com a gente, o tempo todo. A Pedra da Luz, a Arca da Aliança… SOMOS NÓS!!!
O corpo não é morada, é veículo. A morada está no ALTO! É de lá que brota a potência que anima, o vigor que se traduz em pulso e ritmo.
A cada expiração eu deixo o veículo para me reabastecer de QUEM SOU. A cada inspiração retorno para ele recalibrando átomos, moléculas, células… reconfigurando o sistema segundo as diretrizes do EU SOU.
Somos programados para DAR CERTO! Basta mantermos aberta e funcional a ponte entre Céu e Terra, entre soft e hardware. Nossa programa é aberto, livre, não é fechado! Somos presas das limitações que cultivamos…
Sempre que não funcionamos com a devida operacionalidade convém analisar nossos arquivos, desde as pastas mais antigas e pouco visualizadas. Estejamos preparados, vamos acessar feridas, algumas surpreendentemente abertas… É o momento de saná-las, reintegrando nossos poderes na medida em que minimizamos a dor e maximizamos o aprendizado.
Acionemos cotidianamente o desfragmentador de nós mesmos! Estejamos certos, nosso corpo também agradece. A integralidade é sua fonte de juventude!
Eu elejo não me deteriorar, elejo SER QUEM SOU… Em cada olhar, em cada abraço, em cada fala… Questão de escolha!