OPORTUNISMO NAS PAUTAS SOCIAIS

Ana Rita de Calazans Perine
2 min readJan 30, 2025

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Hipocrisias travestidas de ativismo

Não nasci ontem. Há décadas as pesquisas que faço e atuações que desenvolvo, inspiradas e somadas a muitas produções e talentos, aproximam múltiplos setores da sociedade, margeiam organizações diversas e desaguam em questões socio-econômicas, político-culturais e ecológico-ambientais.

As oportunas pautas sociais, de expressões tão diversas quanto seus proponentes, desde que me entendo por gente me são caras. E a presença de um Estado, nas suas múltiplas instâncias (municipal, estadual e federal), que com elas dialogue, uma real necessidade.

Agora, isto não pode invisibilizar o crescente oportunismo de pessoas que, aqui e acolá, erguem bandeiras e abraçam pautas em voga. Querendo surfar ondas, em acrobacias mirabolantes, parece que importa menos a transformação cultural que gera imprescindíveis e sustentados ajustes na sociedade do que a projeção individual e ascenção social que suas ações podem proporcionar.

A presença ou falta de sensibilidade, ética, caráter e retidão difere índoles e categoriza indivíduos, para além de história, origem, raça, credo, sexo, cor, idade...

O oportunismo nas Pautas Sociais também atravessa as Culturas Populares e Tradicionais, minando forças legítimas e ofuscando belezas naturais.

Como seres humanos que somos, temos consciência do que nos move? Sabemos da intenção por detrás da intenção de nossas ações? Suportamos esta visão diante do espelho?

Não somos todos iguais, tampouco somos o centro do universo, mas somos todos importantes! Não sejamos ignorantes a ponto de querer ocupar o centro e parecer maior e melhor que os biossistemas que integramos... Hipocritamente podemos nos fazer de iguais para abocanhar mais fatias do bolo, seja em cotas, apadrinhamentos ou favorecimentos políticos.

Sejamos agentes inoculadores respeitosos, generosos e conscientes… Tanto na esfera pública quanto privada. Fortaleçamos com ideias, conexões e ações as comunidades que nos abrigam.

Lembremo-nos de que os conceitos de raiz e ancestralidade também passam pela constatação de que somos a vida em movimento: sempre existirão muitos a frente, atrás, acima, abaixo e ao lado de nós. Esta complexidade dinâmica, que irradia e conecta, é o centro que nos cabe habitar.

Cientes de que nossos movimentos reverberam nos demais, cuidemos de nossas vizinhanças... A roda se movimenta, o mundo gira... Que a humanidade em nós não sucumba, ande e avance!

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Ana Rita de Calazans Perine
Ana Rita de Calazans Perine

Written by Ana Rita de Calazans Perine

Filósofa Clínica, Pesquisadora, Educadora, Mobilizadora Social e Empresarial / Instituto ORIOR — Resgate Filosófico, Transdisciplinaridade e Sustentabilidade.

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